O Sucesso Inglês e a Situação Portuguesa
O êxito inglês assentou em vários pilares. Os progressos agrícolas como a rotação quadrienal de culturas, o processo de vedações (enclosures), e o aperfeiçoamento das alfaias aumentaram a produtividade, libertando mão de obra para outros setores e permitindo a acumulação de capitais.
O crescimento demográfico também impulsionou a economia inglesa, com aumento da taxa de natalidade, diminuição da mortalidade e disponibilidade de trabalhadores jovens. Paralelamente, o mercado externo expandiu-se na Europa, América (através do comércio triangular) e no Oriente através da Companhia das Índias Orientais.
Portugal, por outro lado, enfrentava dificuldades. No século XVII, o país dependia principalmente da reexportação de produtos coloniais como açúcar, tabaco e especiarias. A concorrência no comércio asiático e a política de Colbert desencadearam uma grave crise comercial entre 1617 e 1692, com queda dos preços e balança comercial deficitária.
💡 Para enfrentar a crise, Portugal adotou medidas mercantilistas como a criação de manufaturas, contratação de técnicos estrangeiros e fundação de companhias monopolistas como a Companhia do Cachéu (para o tráfico de escravos) e a Companhia do Maranhão (para o comércio brasileiro).
No Brasil, os bandeirantes – participantes de expedições armadas – percorriam o interior em busca de ouro e escravos, contribuindo para a expansão territorial e exploração de recursos que sustentariam a economia portuguesa.