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Mudanças nos Comportamentos e na Cultura

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R

Rita Correia

24/11/2025

História

mutações nos comportamentos e na cultura

237

24 de nov. de 2025

9 páginas

Mudanças nos Comportamentos e na Cultura

R

Rita Correia

@ritacorreia

A Primeira República Portuguesa (1910-1926) emergiu num contexto de profundas... Mostrar mais

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Mutações nos comportamentos e na cultura
Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

Mutações nos comportamentos e na cultura

O fim da Primeira Guerra Mundial em 1918 provocou um choque profundo nas consciências europeias. A brutalidade do conflito demoliu a confiança nos valores sólidos da sociedade burguesa do século XIX, gerando um sentimento de descrença e pessimismo generalizado.

Instalou-se um clima de anomia social - ausência de normas morais e sociais claras - onde a geração do pós-guerra contestava abertamente os princípios da geração anterior. O choque entre gerações tornou-se evidente: o que para os jovens representava virtude, para os mais velhos significava defeito.

Uma nova mentalidade emergiu com valores centrados no ócio, prazer e consumo, em oposição ao trabalho, sacrifício e poupança. O "carpe diem" (aproveitar o dia) tornou-se lema de uma sociedade transformada pela massificação das cidades, novas tecnologias de transporte, maior convivência entre sexos e novos estilos musicais como o jazz.

💡 A sociedade do pós-guerra dividiu-se entre uma cultura tradicional (que valorizava produção, poupança e trabalho) e uma nova cultura (que privilegiava consumo, imagem e individualidade), refletindo as profundas mudanças nos comportamentos sociais.

Nova Iorque e Paris afirmaram-se como grandes capitais culturais, representando o American way of life - um estilo de vida moderno que revolucionou o conceito de tempo e espaço, onde automóveis, aviões e transatlânticos encurtavam distâncias e aceleravam o ritmo da vida cotidiana.

Mutações nos comportamentos e na cultura
Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

A emancipação feminina

A emancipação feminina no século XX manifestou-se em duas vertentes principais: a alteração dos padrões de conduta, permitindo maior liberdade de atuação e novas formas de sociabilidade, e a luta pela igualdade jurídica, com especial ênfase no direito ao voto.

As mulheres conquistaram uma visibilidade impensável anteriormente: saíam para fazer compras, frequentavam clubes noturnos e praticavam desportos. A convivência entre os sexos tornou-se mais livre e o vestuário feminino transformou-se radicalmente - o espartilho desapareceu, as saias subiram e o cabelo curto tornou-se moda. A flapper - jovem de comportamento ousado que desafiava convenções - simbolizou os "loucos anos 20".

O movimento feminista organizado remontava ao século XIX e inicialmente centrava-se no direito à propriedade, à tutela dos filhos e ao acesso à educação. Posteriormente, a luta pelo direito ao voto ganhou protagonismo através das associações de sufragistas. Na Grã-Bretanha, as sufragistas lideradas por Emmeline Pankhurst utilizavam métodos radicais como marchas, piquetes e greves de fome.

💡 A Primeira Guerra Mundial foi decisiva para a emancipação feminina: com os homens nas trincheiras, as mulheres assumiram responsabilidades tradicionalmente masculinas, trabalhando em fábricas de armamento, conduzindo veículos e realizando trabalhos pesados.

Em Portugal, destacaram-se a "Liga Republicana das Mulheres Portuguesas" (1909) e o "Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas" (1914), que contaram com figuras importantes como Carolina Beatriz Ângelo. Nas décadas seguintes à guerra, as mulheres consolidaram direitos políticos e jurídicos, abrindo caminho para carreiras profissionais anteriormente exclusivas aos homens.

Mutações nos comportamentos e na cultura
Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

Emergência do relativismo científico e a influência da Psicanálise

A viragem para o século XX foi marcada por descobertas científicas revolucionárias que transformaram a forma como compreendíamos o mundo. Emergiu o relativismo científico, uma nova concepção que aceita a subjetividade do conhecimento, o mistério e a probabilidade como elementos integrantes do processo científico, rejeitando o determinismo racionalista anterior.

Sigmund Freud provocou uma revolução na compreensão da mente humana ao desenvolver a psicanálise. Ao observar pacientes sob hipnose, constatou que recordavam pensamentos e desejos aparentemente esquecidos, o que o levou a concluir pela existência de uma zona obscura e irracional na mente: o inconsciente. Para Freud, o psiquismo humano estruturava-se em três níveis: consciente, inconsciente e subconsciente.

A revelação do lado irracional da natureza humana teve impacto profundo nos comportamentos sociais, favorecendo a quebra de convenções que caracterizaram os anos 20 e influenciando movimentos artísticos como o Surrealismo.

💡 As teorias de Freud desafiaram a ideia de que somos seres puramente racionais, mostrando que nossa mente é influenciada por forças inconscientes que não controlamos mas que determinam muito do nosso comportamento.

As vanguardas: rutura nos cânones das artes e da literatura

Os movimentos vanguardistas representaram uma rutura radical com os cânones artísticos estabelecidos. Paris tornou-se o centro cultural da Europa e foco de irradiação destas novas correntes artísticas, que se opunham ao Realismo/Naturalismo anterior, caracterizado pela representação fiel da realidade.

O Modernismo, movimento cultural das primeiras décadas do século XX, reivindicava a liberdade artística e rejeitava os preceitos académicos. Enquanto a pintura realista se preocupava com perspectiva, volumes, textura e representação fiel do corpo humano, as vanguardas propunham novos caminhos expressivos que revolucionaram a linguagem visual.

Mutações nos comportamentos e na cultura
Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

Correntes artísticas de vanguarda

O início do século XX viu nascer diversas correntes artísticas revolucionárias que transformaram completamente a arte ocidental:

O Fauvismo (1905) caracterizou-se pelo uso intenso de cores fortes e puras, independentes da cor real dos objetos. Artistas como Matisse, Derain e Vlaminck criaram uma pintura livre de sentimentos angustiados ou crítica social, priorizando a expressão cromática.

O Expressionismo (1905) buscava a expressão livre e subjetiva dos sentimentos do artista através de cores fortes, pinceladas largas e figuras deformadas. Com o contorno a preto (cloisonismo), artistas como Kirchner e Otto Dix retratavam temas como angústia, dor e problemas sociais, criticando a sociedade burguesa.

O Cubismo (1907), representado principalmente por Picasso e Braque, destruiu por completo a imagem natural dos objetos, reduzindo-os a formas geométricas. As figuras eram compostas em planos que representavam vários ângulos de visão simultaneamente, abandonando a perspectiva clássica e incorporando influências da arte africana.

💡 Cada corrente vanguardista propunha uma nova forma de ver o mundo, rejeitando a representação mimética da realidade em favor da expressão de emoções, ideias abstratas ou novos conceitos de espaço e tempo.

O Futurismo (1909) procurava captar o dinamismo da vida moderna, exaltando a sociedade industrial e a velocidade. Artistas como Balla e Boccioni utilizavam arabescos e elipses para transmitir sensações de movimento, numa apologia à máquina e rejeição do passado.

O Abstracionismo (1910), com Kandinsky e Mondrian, abandonou completamente o compromisso de representar a realidade. A pintura não-figurativa substituiu objetos por linhas e manchas de cor, despertando diferentes emoções e interpretações.

O Dadaísmo (1916) e o Surrealismo (1924) foram movimentos que questionaram profundamente os valores artísticos. Enquanto o primeiro, com Marcel Duchamp, elevava objetos comuns à categoria de arte (readymade), o segundo explorava o inconsciente e os sonhos, fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Freud, com artistas como Salvador Dalí e Miró.

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Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

Da Monarquia à República em Portugal

As correntes modernistas compartilhavam características fundamentais: ruptura com o academismo, libertação da figuração, desconstrução do espaço pictórico e adoção de novos temas que privilegiavam a subjetividade e as emoções. Estas vanguardas proclamavam sua independência do gosto do público, interessando principalmente a intelectuais e afastando-se do público geral.

A queda da monarquia em Portugal resultou de um processo que se intensificou nas últimas décadas do século XIX. Em 1876, foi fundado o Partido Republicano, que soube capitalizar o descontentamento popular diante da crise económica e do descrédito da monarquia, usando tom violento e populista nas suas críticas.

O sistema político da monarquia constitucional baseava-se no rotativismo partidário - alternância no poder dos dois principais partidos monárquicos que manipulavam as eleições. Este sistema começou a mostrar sinais de desgaste por volta de 1880, coincidindo com um aumento da expressão eleitoral republicana.

💡 O Ultimato inglês de 1890 foi um ponto de viragem decisivo para o republicanismo português. A humilhação nacional diante da imposição britânica catalisou o sentimento antimonárquico e fortaleceu o Partido Republicano.

Um momento crucial foi o Ultimato inglês de 1890: as pretensões portuguesas do "Mapa Cor-de-Rosa" (projeto de ocupação territorial entre Angola e Moçambique) chocaram com interesses britânicos, levando a Inglaterra a exigir a retirada das forças portuguesas sob ameaça de ruptura diplomática. A cedência do governo português provocou uma onda de indignação nacional que beneficiou os republicanos.

A primeira tentativa de derrubar a monarquia ocorreu em 31 de janeiro de 1891, no Porto, mas fracassou por falta de organização e apoios. Em 1908, com apoio da Maçonaria e da Carbonária, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram assassinados (Regicídio), assumindo o trono D. Manuel II. Finalmente, em 5 de outubro de 1910, um golpe militar com amplo apoio popular derrubou a monarquia e implantou a República.

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Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

O sistema político republicano

A Revolução de 5 de outubro de 1910 levou à constituição do primeiro Governo Provisório, chefiado por Teófilo Braga. Em 1911, realizaram-se as primeiras eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a primeira Constituição Republicana, em vigor até ao golpe militar de 28 de maio de 1926.

O sistema político implementado pela Constituição de 1911 baseava-se no sufrágio direto e universal, embora com restrições (apenas homens alfabetizados, maiores de 21 anos ou chefes de família). Estabelecia-se a tripartição de poderes: executivo (Presidente da República e Ministério), legislativo (Câmara dos Deputados e Senado) e judicial (Tribunais).

Uma característica fundamental era a supremacia do poder legislativo: o Parlamento não apenas legislava, mas também deliberava sobre assuntos do Governo e elegia o Presidente da República (por 4 anos, não renováveis), podendo inclusive destituí-lo. O Presidente tinha essencialmente uma função representativa.

💡 A República implementou medidas de laicização do Estado que transformaram profundamente a sociedade portuguesa, como a separação entre Estado e Igreja, o registo civil obrigatório e a legalização do divórcio.

O ideário republicano concretizou-se através de diversas medidas:

  • Laicização do Estado: expulsão das ordens religiosas, separação entre Estado e Igreja, registo civil obrigatório, lei do divórcio e laicização do ensino
  • Proteção dos trabalhadores: limitação do horário semanal a 48h, direito à assistência social, descanso semanal obrigatório e legalização das greves
  • Liberdade de expressão: maior publicação de revistas e jornais

No campo educativo, a República promoveu importantes reformas: criação do ensino infantil, ensino primário gratuito e obrigatório dos 7 aos 10 anos, fundação de escolas, reforma dos planos de estudo, criação das universidades do Porto e de Lisboa, e reformulação da universidade de Coimbra.

Mutações nos comportamentos e na cultura
Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

A falência da Primeira República

Apesar das suas ambições reformadoras, a Primeira República Portuguesa acabou por falhar devido a diversos fatores interligados. As dificuldades económico-financeiras agravaram-se significativamente com a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial (1916-1917), gerando escassez de bens, queda na produção industrial, défice comercial e aumento da dívida pública. A inflação disparou, elevando o custo de vida e prejudicando principalmente as classes médias e operárias.

A instabilidade política foi outro fator determinante. O Partido Republicano fragmentou-se em três partidos que disputavam o poder entre si, transportando suas rivalidades para o Parlamento. A Constituição de 1911, ao instituir a predominância do legislativo sobre o executivo, contribuiu para uma crónica instabilidade governativa, evidenciada pelos 45 governos e 8 Presidentes em apenas 16 anos.

Esta instabilidade manifestou-se em episódios como a ditadura militar de Pimenta de Castro em 1915 e a "República Nova" de Sidónio Pais (1917-1918). Após o assassinato deste último, o país mergulhou numa guerra civil entre republicanos e monárquicos, que chegaram a proclamar a "Monarquia do Norte" no Porto em janeiro de 1919.

💡 A Primeira República enfrentou 518 greves (207 por motivos salariais), refletindo o descontentamento social crescente. A "Noite Sangrenta" de 19 de outubro de 1921, quando foram assassinados o chefe do Governo e heróis do 5 de outubro, simbolizou o auge da violência política.

O descontentamento social atingiu diversos setores: os católicos opunham-se ao anticlericalismo republicano (em resposta, surgiram o Centro Católico Português e as Aparições de Fátima em 1917); as classes médias e o operariado sentiam-se traídos por um regime que não melhorou suas condições de vida; proprietários e capitalistas temiam o surto grevista e as tendências bolchevistas.

O contexto internacional também não favorecia a democracia, com a ascensão de movimentos autoritários como o fascismo italiano (1922) e a ditadura militar de Primo de Rivera em Espanha (1923).

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Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

O fim da Primeira República

A oposição à República intensificou-se em várias frentes: o movimento operário, dividido entre revolucionários e reformistas, reforçou-se com a influência do marxismo-leninismo vindo da Rússia; os grandes proprietários, capitalistas e classes médias, cansados da instabilidade, apoiavam um governo forte; e a Igreja Católica congregava à sua volta o país rural e conservador, também ansiando por um governo de cariz autoritário.

O golpe de estado militar de 28 de maio de 1926 marcou o fim da Primeira República. Liderado por Gomes da Costa a partir de Braga, o movimento contou com o apoio do Exército em todo o país e encontrou pouca resistência. Em 30 de maio, o governo democrático demitiu-se; o Parlamento foi encerrado em 31 de maio e oficialmente dissolvido em 9 de junho; a Constituição de 1911 foi suspensa e o Presidente Bernardino Machado resignou, transmitindo o poder a Mendes Cabeçadas.

Após breve período de poder exercido por Gomes da Costa, Óscar Carmona assumiu o controle em julho de 1926, instaurando uma ditadura militar que seria a antecâmara do Estado Novo.

💡 O golpe de 28 de maio de 1926 encontrou pouca resistência porque a maioria da população já não acreditava na capacidade do regime parlamentar para resolver os problemas do país, ansiando por estabilidade após anos de turbulência política e social.

Naturalismo versus vanguardas em Portugal

Enquanto a Europa vivia intensas transformações artísticas, Portugal permanecia dominado pelo naturalismo no início do século XX. Artistas como Silva Porto, José Malhoa e Columbano representavam cenas da vida quotidiana dentro dos padrões oitocentistas.

A implantação da República trouxe os primeiros sinais de mudança nos padrões estéticos. Em 1911, foi criado o Museu Nacional de Arte Contemporânea no Chiado. O I Salão dos Humoristas, em 1912, surgiu como primeira reação contra a tradição oitocentista, marcando o início do Modernismo em Portugal através de caricaturas e desenhos que criticavam a política, a sociedade e o clero.

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O Modernismo em Portugal

O Primeiro Modernismo português (1911-1918) foi impulsionado por artistas que estudaram em Paris e trouxeram para Portugal as inovações das vanguardas europeias. Este movimento formou dois polos ativos:

Em Lisboa, liderado por Almada Negreiros e Santa-Rita, que se uniram a Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, publicando a revista Orpheu (1915) e a Portugal Futurista (1917). No Porto, formou-se outro núcleo em torno do casal Delaunay, Eduardo Viana e Amadeo de Souza-Cardoso.

As entidades oficiais republicanas rejeitaram inicialmente estas expressões artísticas vanguardistas. Na literatura do Primeiro Modernismo destacaram-se Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa (que criou os heterónimos Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro) e Almada Negreiros. Além das revistas já mencionadas, surgiu também a "Contemporânea" em 1922.

O Segundo Modernismo (anos 20 e 30) consolidou estas tendências. Amadeo de Souza-Cardoso destacou-se como um dos pintores mais representativos da primeira geração modernista portuguesa:

💡 Fernando Pessoa revolucionou a literatura portuguesa ao criar heterónimos com biografias, estilos e visões de mundo completamente distintas, representando uma das mais originais contribuições do Modernismo português para a cultura mundial.

  • Em Paris, assimilou as principais correntes modernistas
  • Experimentou diversas tendências na sua pintura
  • Criou uma rutura com a tradição oitocentista ainda dominante em Portugal
  • Contribuiu para a introdução do Futurismo e Cubismo no país
  • Introduziu um novo sentido estético na pintura portuguesa

O Modernismo português, embora tenha surgido com algum atraso em relação às vanguardas europeias, representou uma importante renovação cultural e artística, colocando Portugal em sintonia com as grandes transformações estéticas do início do século XX.



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Os movimentos vanguardistas representaram uma rutura radical com os cânones artísticos estabelecidos. Paris tornou-se o centro cultural da Europa e foco de irradiação destas novas correntes artísticas, que se opunham ao Realismo/Naturalismo anterior, caracterizado pela representação fiel da realidade.

O Modernismo, movimento cultural das primeiras décadas do século XX, reivindicava a liberdade artística e rejeitava os preceitos académicos. Enquanto a pintura realista se preocupava com perspectiva, volumes, textura e representação fiel do corpo humano, as vanguardas propunham novos caminhos expressivos que revolucionaram a linguagem visual.

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Correntes artísticas de vanguarda

O início do século XX viu nascer diversas correntes artísticas revolucionárias que transformaram completamente a arte ocidental:

O Fauvismo (1905) caracterizou-se pelo uso intenso de cores fortes e puras, independentes da cor real dos objetos. Artistas como Matisse, Derain e Vlaminck criaram uma pintura livre de sentimentos angustiados ou crítica social, priorizando a expressão cromática.

O Expressionismo (1905) buscava a expressão livre e subjetiva dos sentimentos do artista através de cores fortes, pinceladas largas e figuras deformadas. Com o contorno a preto (cloisonismo), artistas como Kirchner e Otto Dix retratavam temas como angústia, dor e problemas sociais, criticando a sociedade burguesa.

O Cubismo (1907), representado principalmente por Picasso e Braque, destruiu por completo a imagem natural dos objetos, reduzindo-os a formas geométricas. As figuras eram compostas em planos que representavam vários ângulos de visão simultaneamente, abandonando a perspectiva clássica e incorporando influências da arte africana.

💡 Cada corrente vanguardista propunha uma nova forma de ver o mundo, rejeitando a representação mimética da realidade em favor da expressão de emoções, ideias abstratas ou novos conceitos de espaço e tempo.

O Futurismo (1909) procurava captar o dinamismo da vida moderna, exaltando a sociedade industrial e a velocidade. Artistas como Balla e Boccioni utilizavam arabescos e elipses para transmitir sensações de movimento, numa apologia à máquina e rejeição do passado.

O Abstracionismo (1910), com Kandinsky e Mondrian, abandonou completamente o compromisso de representar a realidade. A pintura não-figurativa substituiu objetos por linhas e manchas de cor, despertando diferentes emoções e interpretações.

O Dadaísmo (1916) e o Surrealismo (1924) foram movimentos que questionaram profundamente os valores artísticos. Enquanto o primeiro, com Marcel Duchamp, elevava objetos comuns à categoria de arte (readymade), o segundo explorava o inconsciente e os sonhos, fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Freud, com artistas como Salvador Dalí e Miró.

Mutações nos comportamentos e na cultura
Em 1918, quando a Grande Guerra terminou, verificou-se que a brutalidade do conflito abalou profund

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Da Monarquia à República em Portugal

As correntes modernistas compartilhavam características fundamentais: ruptura com o academismo, libertação da figuração, desconstrução do espaço pictórico e adoção de novos temas que privilegiavam a subjetividade e as emoções. Estas vanguardas proclamavam sua independência do gosto do público, interessando principalmente a intelectuais e afastando-se do público geral.

A queda da monarquia em Portugal resultou de um processo que se intensificou nas últimas décadas do século XIX. Em 1876, foi fundado o Partido Republicano, que soube capitalizar o descontentamento popular diante da crise económica e do descrédito da monarquia, usando tom violento e populista nas suas críticas.

O sistema político da monarquia constitucional baseava-se no rotativismo partidário - alternância no poder dos dois principais partidos monárquicos que manipulavam as eleições. Este sistema começou a mostrar sinais de desgaste por volta de 1880, coincidindo com um aumento da expressão eleitoral republicana.

💡 O Ultimato inglês de 1890 foi um ponto de viragem decisivo para o republicanismo português. A humilhação nacional diante da imposição britânica catalisou o sentimento antimonárquico e fortaleceu o Partido Republicano.

Um momento crucial foi o Ultimato inglês de 1890: as pretensões portuguesas do "Mapa Cor-de-Rosa" (projeto de ocupação territorial entre Angola e Moçambique) chocaram com interesses britânicos, levando a Inglaterra a exigir a retirada das forças portuguesas sob ameaça de ruptura diplomática. A cedência do governo português provocou uma onda de indignação nacional que beneficiou os republicanos.

A primeira tentativa de derrubar a monarquia ocorreu em 31 de janeiro de 1891, no Porto, mas fracassou por falta de organização e apoios. Em 1908, com apoio da Maçonaria e da Carbonária, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram assassinados (Regicídio), assumindo o trono D. Manuel II. Finalmente, em 5 de outubro de 1910, um golpe militar com amplo apoio popular derrubou a monarquia e implantou a República.

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O sistema político republicano

A Revolução de 5 de outubro de 1910 levou à constituição do primeiro Governo Provisório, chefiado por Teófilo Braga. Em 1911, realizaram-se as primeiras eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a primeira Constituição Republicana, em vigor até ao golpe militar de 28 de maio de 1926.

O sistema político implementado pela Constituição de 1911 baseava-se no sufrágio direto e universal, embora com restrições (apenas homens alfabetizados, maiores de 21 anos ou chefes de família). Estabelecia-se a tripartição de poderes: executivo (Presidente da República e Ministério), legislativo (Câmara dos Deputados e Senado) e judicial (Tribunais).

Uma característica fundamental era a supremacia do poder legislativo: o Parlamento não apenas legislava, mas também deliberava sobre assuntos do Governo e elegia o Presidente da República (por 4 anos, não renováveis), podendo inclusive destituí-lo. O Presidente tinha essencialmente uma função representativa.

💡 A República implementou medidas de laicização do Estado que transformaram profundamente a sociedade portuguesa, como a separação entre Estado e Igreja, o registo civil obrigatório e a legalização do divórcio.

O ideário republicano concretizou-se através de diversas medidas:

  • Laicização do Estado: expulsão das ordens religiosas, separação entre Estado e Igreja, registo civil obrigatório, lei do divórcio e laicização do ensino
  • Proteção dos trabalhadores: limitação do horário semanal a 48h, direito à assistência social, descanso semanal obrigatório e legalização das greves
  • Liberdade de expressão: maior publicação de revistas e jornais

No campo educativo, a República promoveu importantes reformas: criação do ensino infantil, ensino primário gratuito e obrigatório dos 7 aos 10 anos, fundação de escolas, reforma dos planos de estudo, criação das universidades do Porto e de Lisboa, e reformulação da universidade de Coimbra.

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A falência da Primeira República

Apesar das suas ambições reformadoras, a Primeira República Portuguesa acabou por falhar devido a diversos fatores interligados. As dificuldades económico-financeiras agravaram-se significativamente com a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial (1916-1917), gerando escassez de bens, queda na produção industrial, défice comercial e aumento da dívida pública. A inflação disparou, elevando o custo de vida e prejudicando principalmente as classes médias e operárias.

A instabilidade política foi outro fator determinante. O Partido Republicano fragmentou-se em três partidos que disputavam o poder entre si, transportando suas rivalidades para o Parlamento. A Constituição de 1911, ao instituir a predominância do legislativo sobre o executivo, contribuiu para uma crónica instabilidade governativa, evidenciada pelos 45 governos e 8 Presidentes em apenas 16 anos.

Esta instabilidade manifestou-se em episódios como a ditadura militar de Pimenta de Castro em 1915 e a "República Nova" de Sidónio Pais (1917-1918). Após o assassinato deste último, o país mergulhou numa guerra civil entre republicanos e monárquicos, que chegaram a proclamar a "Monarquia do Norte" no Porto em janeiro de 1919.

💡 A Primeira República enfrentou 518 greves (207 por motivos salariais), refletindo o descontentamento social crescente. A "Noite Sangrenta" de 19 de outubro de 1921, quando foram assassinados o chefe do Governo e heróis do 5 de outubro, simbolizou o auge da violência política.

O descontentamento social atingiu diversos setores: os católicos opunham-se ao anticlericalismo republicano (em resposta, surgiram o Centro Católico Português e as Aparições de Fátima em 1917); as classes médias e o operariado sentiam-se traídos por um regime que não melhorou suas condições de vida; proprietários e capitalistas temiam o surto grevista e as tendências bolchevistas.

O contexto internacional também não favorecia a democracia, com a ascensão de movimentos autoritários como o fascismo italiano (1922) e a ditadura militar de Primo de Rivera em Espanha (1923).

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O fim da Primeira República

A oposição à República intensificou-se em várias frentes: o movimento operário, dividido entre revolucionários e reformistas, reforçou-se com a influência do marxismo-leninismo vindo da Rússia; os grandes proprietários, capitalistas e classes médias, cansados da instabilidade, apoiavam um governo forte; e a Igreja Católica congregava à sua volta o país rural e conservador, também ansiando por um governo de cariz autoritário.

O golpe de estado militar de 28 de maio de 1926 marcou o fim da Primeira República. Liderado por Gomes da Costa a partir de Braga, o movimento contou com o apoio do Exército em todo o país e encontrou pouca resistência. Em 30 de maio, o governo democrático demitiu-se; o Parlamento foi encerrado em 31 de maio e oficialmente dissolvido em 9 de junho; a Constituição de 1911 foi suspensa e o Presidente Bernardino Machado resignou, transmitindo o poder a Mendes Cabeçadas.

Após breve período de poder exercido por Gomes da Costa, Óscar Carmona assumiu o controle em julho de 1926, instaurando uma ditadura militar que seria a antecâmara do Estado Novo.

💡 O golpe de 28 de maio de 1926 encontrou pouca resistência porque a maioria da população já não acreditava na capacidade do regime parlamentar para resolver os problemas do país, ansiando por estabilidade após anos de turbulência política e social.

Naturalismo versus vanguardas em Portugal

Enquanto a Europa vivia intensas transformações artísticas, Portugal permanecia dominado pelo naturalismo no início do século XX. Artistas como Silva Porto, José Malhoa e Columbano representavam cenas da vida quotidiana dentro dos padrões oitocentistas.

A implantação da República trouxe os primeiros sinais de mudança nos padrões estéticos. Em 1911, foi criado o Museu Nacional de Arte Contemporânea no Chiado. O I Salão dos Humoristas, em 1912, surgiu como primeira reação contra a tradição oitocentista, marcando o início do Modernismo em Portugal através de caricaturas e desenhos que criticavam a política, a sociedade e o clero.

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O Modernismo em Portugal

O Primeiro Modernismo português (1911-1918) foi impulsionado por artistas que estudaram em Paris e trouxeram para Portugal as inovações das vanguardas europeias. Este movimento formou dois polos ativos:

Em Lisboa, liderado por Almada Negreiros e Santa-Rita, que se uniram a Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, publicando a revista Orpheu (1915) e a Portugal Futurista (1917). No Porto, formou-se outro núcleo em torno do casal Delaunay, Eduardo Viana e Amadeo de Souza-Cardoso.

As entidades oficiais republicanas rejeitaram inicialmente estas expressões artísticas vanguardistas. Na literatura do Primeiro Modernismo destacaram-se Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa (que criou os heterónimos Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro) e Almada Negreiros. Além das revistas já mencionadas, surgiu também a "Contemporânea" em 1922.

O Segundo Modernismo (anos 20 e 30) consolidou estas tendências. Amadeo de Souza-Cardoso destacou-se como um dos pintores mais representativos da primeira geração modernista portuguesa:

💡 Fernando Pessoa revolucionou a literatura portuguesa ao criar heterónimos com biografias, estilos e visões de mundo completamente distintas, representando uma das mais originais contribuições do Modernismo português para a cultura mundial.

  • Em Paris, assimilou as principais correntes modernistas
  • Experimentou diversas tendências na sua pintura
  • Criou uma rutura com a tradição oitocentista ainda dominante em Portugal
  • Contribuiu para a introdução do Futurismo e Cubismo no país
  • Introduziu um novo sentido estético na pintura portuguesa

O Modernismo português, embora tenha surgido com algum atraso em relação às vanguardas europeias, representou uma importante renovação cultural e artística, colocando Portugal em sintonia com as grandes transformações estéticas do início do século XX.

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