Desenvolvimento: Louvor aos Peixes
No desenvolvimento do sermão, Vieira usa a técnica de louvar e repreender peixes como metáfora para discutir virtudes e vícios humanos. Começa com um louvor aos peixes em geral, destacando como estes, ao contrário dos homens, mostram interesse em ouvi-lo.
Os peixes representam virtudes como obediência, respeito, ordem, quietação e devoção. Vieira também elogia os peixes por não se deixarem domesticar pelos homens, preservando assim a sua liberdade - uma qualidade que considera positiva.
No capítulo III, Vieira destaca peixes específicos, começando pelo Peixe de Tobias, cujo fel curava a cegueira e cujo coração afugentava demónios. Este peixe é comparado a Santo António, pois ambos tinham o poder de curar a "cegueira espiritual", orientando os homens para bons caminhos e ajudando-os a mudar comportamentos através da doutrina e discurso.
Reflexão: Através da crítica à "cegueira de quem não quer ver", Vieira convida-nos a pensar: quantas vezes fechamos os olhos para verdades incómodas? A analogia do peixe de Tobias é um convite à autoconsciência e à abertura para mudanças.