Repreensão dos Peixes em Particular
Neste capítulo, Vieira critica quatro tipos específicos de peixes, cada um representando um vício humano particular. Os roncadores simbolizam a soberba e o orgulho – são pequenos mas têm "muita língua" (são muito barulhentos) e são facilmente pescados. O orador contrasta-os com Santo António que, apesar de sábio e poderoso, nunca se orgulhou disso.
Os pegadores representam o parasitismo e o oportunismo – vivem agarrados aos peixes grandes, dependendo deles para sobreviver, mas morrem quando estes são capturados. Vieira adverte que "os grandes morrem porque comeram, os pequenos morrem sem terem comido", alertando contra a vida baseada em favores e oportunismo.
Os voadores simbolizam a presunção e a ambição desmedida – são peixes que tentam ser aves, mas acabam por não ser bem-sucedidos em nenhum dos ambientes. Por fim, o polvo representa a traição e o engano – aparenta ser monge, estrela, brandura e mansidão, mas é "o maior traidor do mar", atacando por emboscada e mudando de cor para se camuflar.
Para cada um destes vícios, Vieira oferece conselhos: aos roncadores, recomenda que se calem e imitem Santo António; aos pegadores, sugere que não se colem aos poderosos; aos voadores, aconselha que não tentem ser o que não são; e implicitamente condena a falsidade e traição do polvo.
💡 Cada um destes peixes representa um tipo de pessoa que poderias encontrar na tua própria escola ou comunidade – os gabarolas, os parasitas, os ambiciosos irrealistas e os falsos amigos!