Os Lusíadas
Os Lusíadas é um poema épico do género narrativo em verso, destinado a celebrar os feitos heroicos do povo português. Inspirado nas epopeias de Homero e Virgílio, Camões criou uma obra que exalta os Descobrimentos e a expansão da Fé e do Império português.
A estrutura interna da obra segue o modelo clássico:
- Proposição CantoI,est.1−3: apresentação do assunto do poema
- Invocação CantoI,est.4−5: pedido de inspiração às Tágides (Ninfas do Tejo)
- Dedicatória CantoI,est.6−18: dedicação da obra a D. Sebastião
- Narração inicia−senoCantoI,est.19,inmediasres: descrição da ação e reflexões do poeta
A estrutura externa compreende 1102 estrofes distribuídas em dez cantos. As estrofes são oitavas, em versos decassílabos heroicos, seguindo o esquema rimático abababcc (rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos).
Conceito-chave: A epopeia camoniana desenvolve-se em quatro planos narrativos que se entrelaçam: o plano da viagem de Vasco da Gama à Índia, o plano da História de Portugal, o plano da Mitologia e o plano das reflexões do poeta.
A matéria épica centra-se nos feitos dos descobridores e conquistadores portugueses, que Camões coloca acima dos feitos dos heróis da Antiguidade Clássica. Os Descobrimentos são apresentados como um assunto grandioso, de interesse nacional e universal, destacando a descoberta do caminho marítimo para a Índia e os obstáculos enfrentados: as ciladas de Baco, tempestades, doenças e traições.
Vasco da Gama, ao narrar ao rei de Melinde os feitos do seu povo, poetiza a História de Portugal, desde Luso até D. Manuel (1497). Paralelamente, no plano mitológico, Júpiter, auxiliando Vénus, prediz feitos heroicos futuros dos portugueses.