Desenvolvimento da narrativa
O Canto V prossegue com Vasco da Gama narrando ao rei de Melinde os episódios da viagem de Lisboa até ali, com destaque para o encontro com o gigante Adamastor no Cabo das Tormentas. O canto termina com uma crítica do poeta ao desprezo dos portugueses pelas Letras.
No Canto VI, a armada parte de Melinde rumo a Calecute, com a orientação de um piloto local. Baco, inconformado, convoca um consílio dos deuses marinhos para destruir a frota portuguesa com uma tempestade. Durante esta, Vasco da Gama faz uma prece que é ouvida por Vénus, que acalma os ventos.
O Canto VII mostra a chegada a Calecute e os primeiros contatos com os indianos. O poeta critica as nações europeias que não seguem o exemplo português de expansão da fé cristã e lamenta os seus próprios infortúnios.
No Canto VIII, Paulo da Gama apresenta ao Catual episódios da história portuguesa através das figuras representadas nas bandeiras das naus. O sacerdote local, inspirado por Baco, incita o ódio contra os portugueses, e Vasco da Gama é temporariamente preso.
Os quatro planos narrativos (Viagem, História de Portugal, Mitologia e Reflexões do Poeta) entrelaçam-se de forma magistral ao longo de toda a obra, criando uma estrutura complexa mas coerente que reforça o caráter épico da narrativa.
A jornada dos portugueses, que começou como uma viagem marítima, transforma-se gradualmente numa viagem metafórica do desconhecido para o conhecido, simbolizando a expansão do conhecimento humano.