A Tragédia Final: Incesto e Destino
O escândalo ameaça surgir quando Dâmaso encomenda um artigo difamatório no jornal "A Corneta do Diabo", expondo a relação amorosa de Carlos e Maria Eduarda. Como vingança, Ega e Carlos obrigam Dâmaso a escrever uma carta retratando-se, que depois é publicada no jornal "A Tarde", revelando a corrupção e parcialidade do jornalismo da época.
Durante um sarau no Teatro da Trindade, Guimarães entrega a Ega um cofre com cartas de Maria Monforte, revelando a verdadeira identidade de Maria Eduarda: ela é, na realidade, irmã de Carlos. Esta descoberta lança os protagonistas num abismo moral, com Carlos confrontando Afonso com as cartas, que confirma serem da mãe de Carlos.
Mesmo após descobrir o parentesco, Carlos vai falar com Maria Eduarda mas não resiste e envolve-se com ela novamente. Quando Afonso toma conhecimento deste incesto, o choque é fatal – é encontrado morto no jardim do Ramalhete.
💡 O incesto entre Carlos e Maria Eduarda representa o clímax da tragédia familiar dos Maias, simbolizando também a decadência moral da sociedade portuguesa.
Devastado pela culpa e pela perda do avô, Carlos pede a Ega que fale com Maria Eduarda para que ela parta para Paris. Ele próprio e Ega fazem uma viagem pelo mundo, reencontrando-se dez anos depois em Lisboa, onde constatam que falharam nas suas vidas – um reflexo do destino de Portugal, estagnado e incapaz de progresso.
O desfecho da obra deixa uma sensação amarga de determinismo trágico, com os personagens aprisionados num destino que não conseguiram evitar, apesar das melhores intenções e educação. A história dos Maias torna-se, assim, uma metáfora do próprio Portugal finissecular, perdido entre tradição e modernidade.