O Autor e a Obra
Eça de Queirós (1845-1900) destaca-se como uma das figuras centrais do Realismo português. O seu estilo elegante e irónico serve de instrumento para denunciar o atraso cultural, o conservadorismo e a hipocrisia da sociedade portuguesa.
Publicado em 1888, Os Maias é o seu romance mais ambicioso, retratando criticamente a burguesia e a aristocracia decadente através da história da família Maia. A obra combina elementos realistas e naturalistas, explorando tanto o meio social quanto a influência da hereditariedade.
O enredo principal centra-se em Carlos da Maia, médico aristocrata, e na sua trágica relação amorosa com Maria Eduarda, que descobre posteriormente ser sua irmã. Esta descoberta simboliza não apenas a tragédia pessoal de Carlos, mas também o fracasso da própria sociedade portuguesa.
Curiosidade: A história desenvolve-se em torno do Ramalhete, casa emblemática da família Maia, e acompanha três gerações: Afonso (avô), Pedro (pai) e Carlos (filho) - representando diferentes valores e épocas de Portugal.