As Personagens Principais
Afonso da Maia: Baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes, com uma cara larga, nariz aquilino e pele corada. Homem de carácter culto e requintado, sem defeitos aparentes. Aderiu aos ideais do Liberalismo na juventude e, mais tarde, dedicou sua vida ao neto Carlos. Generoso, com firmes princípios morais, amante da natureza e protetor dos fracos. Morre de apoplexia ao descobrir o incesto.
Pedro da Maia: Pequeno, de face oval trigueira e olhos belos, lembrando "um belo árabe". Temperamento nervoso, fraco e emocionalmente instável, com crises de "melancolia negra". Vítima de uma educação retrógrada, a sua única paixão intensa foi pela mãe. Apesar da robustez física, revela cobardia moral ao suicidar-se quando a mulher foge.
💡 A contraposição entre Afonso (forte, liberal, racional) e Pedro (frágil, conservador, emotivo) representa o conflito entre duas visões de Portugal: a progressista e a tradicionalista.
Carlos da Maia: Alto, bem constituído, de ombros largos, olhos negros, pele branca, cabelos negros e ondulados - "um belo cavaleiro da Renascença". Culto, bem educado, com gostos requintados, resultado de uma educação à inglesa. Corajoso, frontal, generoso, mas marcado pelo cosmopolitismo, gosto pelo luxo e diletantismo (incapacidade de se fixar num projeto sério). Apesar da educação privilegiada, fracassa devido ao meio social parasita e ocioso, além de traços hereditários como a fraqueza do pai e o egoísmo da mãe.
Carlos personifica a geração que promoveu a Questão Coimbra e as Conferências do Casino, mas acabou no grupo dos "Vencidos da Vida" - ilustrando o fracasso de uma geração que tinha potencial para transformar Portugal.