Desenvolvimento da Ação Dramática
O conflito intensifica-se quando D. Madalena recusa voltar à casa de D. João, questão que para ela é de vida ou morte. Apesar da resistência, a família acaba por partir para a "nova casa", após Manuel de Sousa, num gesto de revolta e patriotismo, atear fogo ao seu próprio palácio para que os espanhóis não o ocupem.
O segundo ato ocorre oito dias após o incêndio, no palácio de D. João – um espaço melancólico e pesado, caracterizado pela ausência de luz. Este ambiente sombrio reflete a tensão crescente entre as personagens.
Maria, curiosa, conversa com Telmo sobre os retratos no palácio, querendo saber qual deles é D. João. O velho criado enfrenta um dilema: não quer revelar que, se D. João estivesse vivo, Maria seria fruto de um casamento ilegítimo.
💡 Os espaços físicos na obra têm forte carga simbólica: o luxo do primeiro palácio dá lugar à melancolia do segundo, prenunciando o declínio da família.
Entretanto, D. Madalena encontra-se doente, traumatizada pela mudança. Manuel de Sousa ganha a admiração de Telmo, que começa a considerá-lo patriota, honrado e corajoso. O clima de tensão aumenta quando Manuel revela qual é o retrato de D. João, momento em que Telmo, que "sabe tudo", permanece fiel ao seu antigo senhor.
Aos poucos, os indícios trágicos acumulam-se: Maria pede para conhecer Soror Joana (sugerindo o destino religioso que a aguarda) e D. Madalena, apesar de dizer-se curada, continua atormentada por ter de permanecer sozinha naquele palácio.