Fernando Pessoa - Ortónimo
A poesia ortónima de Fernando Pessoa explora a insatisfação e limitação da alma humana. O poeta retrata a dor de pensar e a incapacidade do ser humano de alcançar seus sonhos desmedidos, o que leva ao desânimo e ao tédio. Esta frustração existencial é central na sua obra.
Para escapar dessa realidade dolorosa, Pessoa propõe várias vias de fuga: o sonho, as viagens, o refúgio na infância, a crença num mundo oculto ou o sebastianismo messiânico. No entanto, estas tentativas são frustradas porque o verdadeiro mal está na própria natureza humana e na sua condição temporal.
O fingimento artístico representa uma nova conceção de arte para Pessoa. Ele defende que a poesia não está na dor realmente sentida, mas na sua transformação artística através da imaginação. Para o poeta, existem quatro dimensões da dor: a dor real inicial, a dor imaginada pelo poeta, a dor real do leitor e a dor interpretada pelo leitor.
💡 Para Pessoa, ser poeta é ser fingidor. Não se trata de mentir, mas de transformar sentimentos reais em arte através da intelectualização e da imaginação.
A intelectualização dos sentimentos é fundamental na ortonímia pessoana. O poeta trabalha mentalmente com as emoções, elevando-as ao patamar da arte poética. Assim, o poema resulta de algo pensado e elaborado intelectualmente, não apenas sentido.