As Dificuldades do Cerco e a Resistência Portuguesa
O capítulo CXLVIII descreve as terríveis condições que Lisboa enfrentou durante o prolongado cerco castelhano. A falta de água e alimentos tornou-se crítica, com os preços dos mantimentos disparando a níveis impossíveis. Muitas pessoas morriam de fome nas ruas da cidade.
Em uma decisão difícil, o Mestre de Avis começou a expulsar da cidade os "incapazes" (idosos, doentes e crianças), para economizar os escassos recursos para os defensores. Inicialmente, os castelhanos acolheram estes expulsos para atrair mais pessoas para o seu lado. Posteriormente, numa estratégia cruel, começaram a devolvê-los a Lisboa para consumir os poucos mantimentos que restavam.
No final deste capítulo, Fernão Lopes dirige-se às gerações futuras, felicitando-as por não terem que passar pelos sofrimentos que os habitantes de Lisboa suportaram durante o cerco, mostrando como estes sacrifícios foram fundamentais para a independência portuguesa.
💡 Para refletir: O povo aparece como uma verdadeira personagem coletiva nesta crónica. A resistência dos lisboetas, apesar da fome e das dificuldades extremas, ilustra como o sentimento nacional já estava profundamente enraizado na identidade portuguesa no século XIV.