Consequências do Empirismo
O empirismo de Hume resulta numa visão bastante limitada do que podemos realmente conhecer. Muitas crenças que consideramos conhecimento não são efetivamente justificadas, incluindo:
As crenças em leis causais (como "fumar causa cancro") não constituem conhecimento autêntico porque não observamos diretamente as conexões necessárias entre fenómenos.
As crenças obtidas por indução (seja por generalização ou previsão) não são conhecimento seguro, pois o método indutivo não tem justificação racional.
As crenças em realidades que transcendem a experiência direta - como a existência do mundo exterior, do eu ou de Deus - não são racionalmente justificáveis.
Para Hume, as únicas crenças básicas que constituem conhecimento genuíno são aquelas sobre as nossas próprias experiências imediatas. Todo o restante conhecimento deriva destas experiências diretas, deixando-nos com uma base muito estreita para o que podemos realmente afirmar saber.
📝 Consequência importante: grande parte das nossas crenças cotidianas e científicas não seriam classificadas como conhecimento segundo os critérios rigorosos de Hume. Isto não significa que devemos abandoná-las, mas estar cientes das suas limitações.