Argumentos Indutivos e Falácias Informais
Os argumentos indutivos são uma forma importante de argumentação não-dedutiva. A indução por generalização é um argumento cuja conclusão é mais geral do que as premissas, inferindo que algo se aplica a mais casos do que os observados.
Forma lógica:
Alguns X são Y
Logo, todos os X são Y
Exemplo: "Os ursos-polares observados até ao momento são brancos. Logo, todos os ursos-polares são brancos."
Para construir boas generalizações indutivas, devemos respeitar critérios como:
- O número de casos observados deve ser relevante
- Os casos devem ser representativos do universo em questão
- Não podem ter sido encontrados contraexemplos, após procura adequada
Quando estes critérios não são respeitados, cometemos falácias informais:
Falácia da generalização precipitada: concluir abusivamente o geral a partir de poucos casos observados.
Exemplo: "António é escritor e é pobre. Miguel é escritor e é pobre. Logo, todos os escritores são pobres."
Falácia da amostra não representativa: a amostra não representa adequadamente a diversidade do universo.
Exemplo: "Até ao momento, todas as ovelhas observadas são brancas. Logo, todas as ovelhas são brancas."
A indução por previsão é outro tipo de argumento não-dedutivo que, baseando-se em casos ocorridos no passado, prevê casos futuros ou não observados.
Forma lógica:
Todos os X observados até agora são Y
Logo, o próximo X que observarmos será Y
Exemplo: "Todos os ursos-polares observados até ao momento são brancos. Logo, o próximo urso-polar que observarmos será branco."
Aplicação prática: As induções são fundamentais na ciência, mas devem ser usadas com cuidado. Mesmo generalizações bem fundamentadas podem ser revisadas quando surgem novos dados!