Ceticismo e Fundacionalismo
O ceticismo radical nega a possibilidade de conhecimento, argumentando que não podemos justificar nossas crenças de forma conclusiva. Os céticos utilizam vários argumentos para defender esta posição, como a ilusão dos sentidos, a diversidade de opiniões, o argumento do sonho e, principalmente, o da regressão infinita da justificação.
O fundacionalismo surge como resposta ao ceticismo radical, procurando estabelecer crenças básicas que sejam autoevidentes e autossuficientes. Estas crenças serviriam como fundamento para todo o conhecimento. Os racionalistas defendem que estas crenças básicas vêm da razão (conhecimento a priori), enquanto os empiristas argumentam que elas derivam da experiência sensível (conhecimento a posteriori).
💡 Os conhecimentos a priori, como "2+2=4", não dependem da experiência, enquanto os conhecimentos a posteriori, como "os ursos polares são brancos", dependem da observação do mundo.
No primeiro nível da teoria cartesiana, Descartes reconhece que muitas das nossas crenças vêm dos sentidos, mas estes não são fiáveis. Através da sua dúvida metódica, ele rejeita qualquer crença que cause a menor dúvida, não encontrando crenças básicas neste nível sensorial.