Os Limites do Conhecimento Humano
O problema da indução é uma das contribuições mais importantes de Hume. Ele mostra que o raciocínio indutivo (partir de casos particulares para fazer generalizações) não tem garantia lógica. O facto de o sol ter nascido todos os dias até hoje não prova logicamente que nascerá amanhã - apenas nos acostumamos a acreditar nisso.
Hume também desafiou a noção de um "eu" permanente. Para ele, o que chamamos de "eu" é apenas um feixe de perceções em constante mudança - não existe uma substância interior fixa que permaneça inalterada. És simplesmente a coleção das tuas experiências, memórias e sensações em fluxo contínuo.
Na ética, Hume defende que a moral não vem da razão, mas dos sentimentos morais. A razão pode analisar meios e fins, mas só as emoções como empatia e compaixão nos movem a agir moralmente. Como ele brilhantemente afirmou: "A razão é e deve ser escrava das paixões."
O ceticismo moderado de Hume reconhece que, embora não possamos provar racionalmente muitas das nossas crenças mais básicas, continuamos a viver como se elas fossem certas. Isto não é irracional - é simplesmente como funcionamos enquanto seres humanos, guiados pelo hábito e pelo costume mais do que pela pura lógica.