Os Argumentos Céticos e Suas Críticas
O primeiro argumento cético importante é o da regressão infinita da justificação, proposto por Sexto Empírico. Este filósofo defendia que cada crença requer justificação, e essa justificação precisa, por sua vez, de outra justificação, levando a um processo interminável. Como resultado, nenhuma crença estaria verdadeiramente justificada.
O segundo é o argumento dos enganos sensoriais, que parte da observação de que os nossos sentidos por vezes nos enganam. Os céticos radicais argumentam que, se isso acontece, não podemos distinguir quando estamos ou não a ser enganados. Consequentemente, as justificações baseadas nos sentidos não teriam valor epistémico.
Estes dois argumentos geram o desafio cético: como provar que realmente temos conhecimentos e não apenas uma ilusão de conhecimento? Este desafio é significativo porque contradiz a experiência comum de que possuímos diversos conhecimentos.
💡 O ceticismo não é apenas uma posição teórica - ele influencia a forma como validamos informações no dia a dia e como avaliamos criticamente o que acreditamos saber.
A principal objeção ao ceticismo radical é que ele se autorefuta de duas formas:
- Ao afirmar que "o conhecimento não é possível", o cético está a declarar conhecer algo, contradizendo a sua própria posição.
- Para expressar qualquer pensamento, é necessário conhecer o significado das palavras e as regras da gramática.
Esta contradição interna é considerada a falha fatal do ceticismo radical, pois é impossível defender coerentemente que não existe conhecimento sem usar algum conhecimento no processo.