Mecanismos de Trocas Gasosas em Animais
Os ambientes aquáticos e terrestres apresentam diferentes desafios para as trocas gasosas. Na água, há menor concentração de oxigénio (variável com temperatura, salinidade e profundidade), enquanto no ambiente terrestre, apesar do alto teor de oxigénio, existe o risco de dessecação, levando à evolução de superfícies respiratórias internas para conservação de água.
Animais simples como esponjas, anémonas e planárias realizam difusão direta de gases pela superfície corporal. Os insetos, por sua vez, desenvolveram o sistema traqueal – uma rede de canais quitinosos (traqueias) ramificados (traquíolas) que levam o ar diretamente às células. O ar entra pelos espiráculos, e este sistema minimiza a perda de água e funciona independentemente da circulação sanguínea.
Outros animais utilizam a difusão indireta, onde os gases passam da superfície respiratória para um fluido circulante antes de chegarem às células, processo conhecido como hematose. Na hematose cutânea, presente em minhocas e anfíbios, a difusão ocorre entre a superfície corporal e o sangue através de uma pele húmida e vascularizada.
💡 O sistema respiratório dos insetos é surpreendentemente eficiente: o ar chega diretamente às células através das traqueias, eliminando a necessidade de transporte pelo sangue! Esta adaptação contribui para o impressionante sucesso evolutivo destes animais.
Animais aquáticos complexos utilizam brânquias para trocas gasosas. Nos peixes, as brânquias internas são protegidas pelo opérculo (peixes ósseos) ou visíveis como fendas (peixes cartilaginosos). Cada brânquia possui filamentos com lamelas ricas em capilares. O mecanismo de troca nas brânquias envolve circulação cruzada, onde sangue e água circulam em sentidos opostos, maximizando o gradiente para troca de gases e permitindo uma captação quase completa do oxigénio disponível.