O Rei-Sol e os Palcos do Poder Barroco
Luís XIV, conhecido como o Rei-Sol, assumiu o controlo total da governação francesa. Reformou o aparelho de Estado recrutando um funcionalismo maioritariamente burguês, disciplinou a nobreza e restringiu os seus privilégios, impôs a sua vontade à Santa Sé e aumentou as fronteiras da França. No Palácio de Versalhes, criou um modo de vida cortesão marcado por um cerimonial rigoroso onde os deveres de Estado se misturavam com numerosas atividades culturais e de lazer, como teatro e ópera.
Neste período, o "parecer" tornou-se mais importante que o "ser", e vários palcos de poder emergiram. A corte era o palco principal, protagonizado pelo rei. A Igreja, protagonizada pelo clero, representava a mensagem de Deus e a imagem pública da instituição religiosa. As Academias reuniam eruditos e artistas, divulgando descobertas científicas. Os teatros e óperas, animados por dramaturgos e atores, exibiam luxo e requinte, divertindo as cortes reais.
A arte barroca nasceu em Roma, Itália, caracterizando-se pela retórica e persuasão, sendo portadora de forte mensagem ideológica, propagandística e doutrinal. Pretendia cativar pelos sentimentos, provocar espanto e admiração, sensibilizar e emocionar. Era uma "arte total", de síntese, com forte sentido cénico e teatral.
Os artistas barrocos usaram com mestria a técnica, misturando todas as artes para provocar múltiplos efeitos de fortes contrastes, procedendo como cenógrafos e encenadores de teatro.
Sabias que? O Barroco foi usado pela Igreja Católica como uma poderosa arma na Contrarreforma, criando espaços religiosos deslumbrantes que apelavam às emoções dos fiéis, reafirmando o poder e a glória divina através da arte.