A Corroboração de Teorias e o Critério da Falsificabilidade
Quando uma conjetura é testada, dois resultados são possíveis:
-
Se os testes provam a falsidade da conjetura, ela deve ser reformulada ou abandonada em favor de uma melhor.
-
Se a conjetura resiste aos testes, ela é corroborada pela experiência. Uma teoria corroborada é fortalecida por ter resistido às tentativas de refutação, mas isto não significa que seja verdadeira - apenas que, por enquanto, não se mostrou falsa.
Para Popper, a ciência evolui através de uma aproximação progressiva à verdade que resulta do afastamento sucessivo do erro. Nunca podemos saber com certeza que uma teoria é verdadeira, mas podemos identificar teorias falsas, o que nos aproxima gradualmente da verdade.
Importante: Corroboração não é o mesmo que confirmação. Enquanto a confirmação é algo positivo (dados que apoiam a teoria), a corroboração é apenas a ausência de algo negativo (a teoria ainda não foi refutada).
O critério da falsificabilidade proposto por Popper é radicalmente diferente do critério da verificabilidade:
"Uma teoria é científica só se é, à partida, empiricamente falsificável, isto é, se somos capazes de conceber um teste experimental que seria capaz de demonstrar que essa teoria é falsa."
Este critério soluciona problemas que o verificacionismo não consegue resolver, pois evita que teorias pseudocientíficas (que se ajustam a qualquer observação possível) sejam consideradas científicas.
Reflexão: O que torna uma teoria valiosa para a ciência não é a sua capacidade de resistir a tentativas de falsificação, mas sim o facto de fazer afirmações precisas e arriscadas que podem ser testadas rigorosamente.