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Português (Portugal)

Explicação e introdução à Filosofia e ao texto "A Alegoria da Caverna"

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01963b51-4f11-702f-8dd9-e2129a208a57

Resumo

Portugal

Escola Secundária

Filosofia

A Alegoria da Caverna

# Trabalho- Fase 1 (introdução à filosofia)
-A Alegoria Da Caverna-
A filosofia é um "amor ao saber"e a relação entre o vínculo que mantemos com o
Mundo, a mesma procura responder a problemas, procura a compreensão do real na
sua totalidade, logo, interessam-lhe os problemas essenciais fomentados pela
totalidade do real. Sendo assim, a filosofia é a lógica do ser.
Dentro da filosofia existem vários temas/áreas para cada assunto, como a lógica que
consiste no discurso com sentido, a filosofia política que consta no discurso da
justiça, a ética que é formada pelo discurso do bem, a epistemologia que corresponde
ao discurso científico, a metafísica, que (ao contrário da epistemologia) significa o
discurso da verdade, a filosofia da religião que é o discurso do sagrado, a estética que
equivale ao discurso do belo, e, finalmente, a axiologia, que é constituída pelo discurso
dos valores. Em junção, todas essas áreas formam a ontologia, ou seja, a filosofia.
Na Alegoria Da Caverna os temas presentes são a epistemologia e a metafísica, onde
se pode ver, na caverna só existia o conhecimento sensível, ao contrário do exterior
que continha mais conhecimento (conhecimento inteligível), logo, a epistemologia
estava presente apenas no interior da caverna (ou seja, não existe raciocínio e sim
conhecimento científico e limitado) e a metafísica encontrava-se no exterior da mesma
(onde não existe apenas conhecimento científico, e sim conhecimento metafísico das
ideias, ou seja, o conhecimento verdadeiro da realidade). O "mundo sensível", ou seja,
o interior da caverna, contém as imagens/ilusões que correspondem às sombras dos
objetos que os prisioneiros vêem refletidas pelo fogo (que se encontra atrás deles,
separado pelo muro no qual estão presos) e contém também as crenças/impressões
que são as opiniões vagas que os prisioneiros tinham sobre o Mundo e as sombras
(pois tinham conhecimento limitado). Além da metafísica e da epistemologia, a
Alegoria Da Caverna é composta também por dialéticas ascendentes, a dialética
discursiva que consiste no trabalho intelectual dos prisioneiros que lhes permitiu
chegarem ao conhecimento científico/limitado, e a dialética intuitiva, que, ao contrário
da dialética discursiva, consiste no trabalho intelectual do prisioneiro fugitivo que lhe
permitiu chegar ao conhecimento real das ideias, das quais as sombras dos objetos
são apenas cópias imperfeitas dos mesmos.
O texto da Alegoria Da Caverna é composto por metáforas usadas para explicar as
várias etapas do conhecimento que o prisioneiro que fugiu foi retendo, e que, mais
tarde, quis dar a conhecer aos outros que se encontravam presos na caverna. No início
do texto, Platão expressa a sua opinião sobre a ignorância e desinteresse em que o Homem vive (ficando prisioneiro do conhecimento) e refere que o Mundo em que o ser
humano vive é um Mundo relacionado aos seus sentidos, ou seja, onde se acredita
naquilo que se vê. Podemos observar a opinião de Platão nas metáforas "morada
subterrânea em forma de caverna", "acorrentados pelas pernas e pelo pescoço". Nas
metáforas seguintes é referido o o conhecimento limitado e transmitido pelo fogo (que
lhes permite ter conhecimento, porém não totalmente verdadeiro, sendo esse
conhecimento as sombras), "A luz lhes vem de um fogo que queima por trás", "sobras
que vêem, pensariam nomear seres reais". Platão diz a Glauco que os prisioneiros
achariam que as sombras falavam, achariam que as mesmas eram a realidade pois
ouviam sons que pensavam vir das sombras, "eles tomariam essa voz pela da
sombra". De seguida é citado o crescimento e a evolução do conhecimento metafísico,
pois, no exterior da caverna, começou-se a ver e entender a verdadeira realidade
(mostrou-se o conhecimento inteligível e as verdades do Mundo, raciocinou-se sobre a
relação do objeto com a sua sombra e começou-se a perceber que, a investigação do
conhecimento para se descobrir a realidade exige esforço e trabalho intelectual),
"libertados de suas correntes e curados de sua desrazão", "olhar para o lado da luz",
"ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais", "fizessem subir o
ingreme caminho montanhoso, se não o largassem até arrastá-lo para a luz". Enfim, o
fugitivo da caverna tem o conhecimento metafísico das ideias, ou seja, conhece a
verdadeira realidade das coisas e do Mundo, tornando-se uma pessoa sábia,
"Finalmente, ele poderá contemplar o Sol" (ideia de bem que governa o conhecimento).
O homem prisioneiro quer dar a conhecer aos outros o que aprendeu, querendo
passar/espalhar a sua sabedoria, "esse homem volte à caverna e retome o seu antigo
lugar". Por conseguinte, a ajuda e os ensinamentos do sábio são rejeitados pelos
prisioneiros (negacionistas) pois os mesmos não querem ver o seu poder a ser
desafiado por outros, "entrar em competição com os prisioneiros que continuaram
acorrentados". Por fim, o homem ascende ao conhecimento e ao trabalho intelectual
(que o permitiu chegar ao conhecimento metafísico das ideias), "ascensão da alma até
ao lugar inteligível".
Na primeira parte do texto em que Platão fala da ignorância em que o ser humano
vive, está presente a eikásia, que consiste nas imagens e na ilusão. Quanto às
metáforas seguintes onde é falado dos sons que pensaram vir das sombras, aparece o
grau do conhecimento pístis, a que se referem as crenças e impressões. Em seguida, é
referida a dianóia nas metáforas que fazem referência à progressão do conhecimento
metafísico, ao entendimento da verdadeira realidade do Mundo e ao pensamento
sobre a relação do objeto com a sua sombra, para além do entendimento sobre o
esforço do trabalho intelectual para a descoberta da realidade. No fim da interpretação
do conhecimento verdadeiro, onde o homem se torna sábio, o grau de conhecimento
passa a ser a noesis, que consiste na verdade e sabedoria, ou seja, o mundo inteligível.
Em conclusão, com o texto da Alegoria Da Caverna, verificamos que o conhecimento
deriva do esforço, e que, quanto mais curiosidade e interesse tivermos em saber sobre o Mundo, mais conhecimento e sabedoria ganhamos.

A Alegoria da Caverna

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